Tetraplegia: tudo o que você precisa saber
Quando falamos em tetraplegia, estamos tratando de uma condição médica que afeta as quatro extremidades e o tronco. Tetraplegia é a perda parcial ou total da função motora e sensorial nos braços, nas pernas e no torso, geralmente causada por lesão na medula espinhal cervical. A lesão pode ser resultado de trauma, doença ou complicações médicas. Também conhecida como paralisia quadriplegia, a tetraplegia requer cuidados multidisciplinares desde o momento da ocorrência.
Um dos termos que surgem ao lado da tetraplegia é a paraplegia,lesão medular que compromete a mobilidade das pernas, mas preserva a função dos braços. Enquanto a paraplegia limita a locomoção inferior, a tetraplegia estende essa limitação aos membros superiores, o que transforma a rotina de autocuidado, comunicação e trabalho. Essa distinção influencia diretamente as estratégias de reabilitação e os tipos de tecnologia assistiva necessários para cada caso.
A tetraplegia se enquadra dentro do conceito mais amplo de deficiência,qualquer restrição ou diferença que comprometa a participação plena na sociedade. Dentro deste espectro, as classificações médicas ajudam a determinar a gravidade e a previsibilidade de recuperação. A classificação de acordo com o nível da lesão cervical (C1 a C8) define quais funções motoras permanecem e quais precisam ser compensadas. Essa categorização também orienta os programas de reabilitação e as políticas de inclusão, como acessibilidade em transportes e edificações.
Para quem vive com tetraplegia, a reabilitação,processo multimodal que combina fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e apoio psicológico. É um caminho que costuma começar nas unidades de trauma, onde fisioterapeutas ensinam técnicas de prevenção de úlceras de pressão, manejo de espasticidade e exercícios de respiração. Depois, as sessões de terapia ocupacional focam em atividades da vida diária, adaptando utensílios para que a pessoa consiga comer, se vestir e usar o computador. A reabilitação não ocorre de forma isolada; ela exige coordenação entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e, acima de tudo, o próprio paciente.
Um dos pilares que impulsionam a qualidade de vida desses pacientes é a tecnologia assistiva,conjunto de dispositivos e softwares que compensam limitações físicas e sensoriais. Cadeiras de rodas motorizadas, controles de voz para smartphones, joysticks adaptados e exoesqueletos leves são exemplos que transformam a independência. O avanço dos sensores de força e dos algoritmos de IA permite que cadeiras de rodas façam trajetos autônomos em ambientes internos. Além disso, softwares de comunicação aumentativa dão voz a quem perdeu a capacidade de falar. A escolha da tecnologia depende da avaliação clínica, das preferências pessoais e do apoio financeiro disponível.
Além dos dispositivos citados, a mobilidade de quem tem tetraplegia também se beneficia de adaptações no ambiente: rampas com inclinação adequada, portas automáticas, elevadores amplos e locais de estacionamento reservados. As normas de acessibilidade (ABNT NBR 9050) estabelecem parâmetros que garantem a circulação segura. Quando combinadas com treinamento adequado, essas adaptações reduzem o risco de quedas e aumentam a participação em atividades sociais, esportivas e laborais. Muitos atletas paralímpicos, por exemplo, utilizam cadeiras de rodas específicas para basquete ou rugby, demonstrando que a limitação pode ser transformada em desempenho competitivo.
A seguir, você encontrará uma seleção de notícias, análises e relatos que abordam diretamente esses temas – desde a cobertura de eventos esportivos adaptados até discussões sobre políticas públicas de saúde e inclusão. Cada item traz um ângulo diferente, facilitando a compreensão de como a tetraplegia intersecta com a cultura, o esporte e a tecnologia no Brasil atual.
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Luis Fernando Montoya, ex‑técnico do Once Caldas, ficou tetraplégico após assalto em 2004 e virou símbolo de superação na Colômbia.