Opioide: entenda o que são, para que servem e os perigos que trazem

Se você já ouviu falar de opioides, provavelmente associou a palavra a remédios fortes ou a notícias de dependência. Mas o que realmente são esses compostos? Em termos simples, opioides são substâncias que agem no sistema nervoso, reduzindo a dor e provocando sensação de bem‑estar. Alguns são produzidos naturalmente a partir da papoula, como a morfina, enquanto outros são sintéticos, como a oxicodona ou o fentanil.

Os médicos prescrevem opioides para tratar dores intensas – por exemplo, após cirurgias, lesões graves ou em pacientes com câncer. Quando usados corretamente, eles ajudam a melhorar a qualidade de vida, permitindo que a pessoa se recupere sem sofrimento constante. O ponto crucial, porém, está no uso inadequado: doses excessivas, uso prolongado ou o consumo sem acompanhamento médico podem levar à tolerância, dependência e, em casos extremos, overdose.

Como a dependência se desenvolve e quais são os sinais de alerta

A dependência nasce quando o cérebro se acostuma à presença constante de opioides e passa a precisar da substância para funcionar. Nos primeiros dias, a sensação de euforia pode ser confundida com bem‑estar. Com o tempo, o organismo exige doses maiores para alcançar o mesmo efeito, e a pessoa pode começar a usar o remédio fora da prescrição – seja comprando de outras fontes ou tomando mais do que o indicado.

Alguns sinais de alerta são: aumento da dose sem orientação médica, ansiedade ao ficar sem o medicamento, dificuldades para dormir, e comportamentos de busca constante por alívio da dor. Se notar esses sintomas em alguém, é importante procurar ajuda profissional imediatamente. Existem programas de tratamento que combinam acompanhamento médico, terapia comportamental e, em alguns casos, uso de medicamentos que ajudam a reduzir a cravings.

O panorama da crise de opioides no Brasil e o que está sendo feito

A chamada “crise de opioides” ganhou destaque nos EUA, mas o Brasil também sente os efeitos. O aumento da prescrição de analgésicos fortes nas últimas décadas elevou os casos de uso indevido. Segundo dados do Ministério da Saúde, há um crescimento significativo nas internações por intoxicação com opioides, sobretudo entre jovens adultos.

O governo tem adotado medidas para conter o problema: campanhas de conscientização para profissionais de saúde, restrições na venda de algumas substâncias e a criação de linhas de apoio para quem busca tratamento. Além disso, hospitais e clínicas estão investindo em protocolos de prescrição mais seguros, que priorizam alternativas menos arriscadas antes de recorrer aos opioides.

Se você ou alguém que conhece está lidando com dor crônica, vale a pena conversar com o médico sobre opções não opioides, como fisioterapia, exercícios e técnicas de manejo de estresse. Quando o uso de opioides for inevitável, siga rigorosamente a dose prescrita e nunca compartilhe o medicamento.

Em resumo, opioides são ferramentas poderosas que podem salvar vidas quando usadas corretamente, mas apresentam riscos sérios quando abusados. Ficar atento aos sinais, buscar informação e apoiar políticas de saúde pública são passos essenciais para evitar que a crise se agrave ainda mais no Brasil.

A substância nitazeno, um opioide sintético extremamente potente, começou a circular em São Paulo, gerando preocupação entre as autoridades de saúde. Este opioide, que é 500 vezes mais forte que a heroína, nunca foi aprovado para uso médico. O aumento de seu consumo ilícito representa um novo desafio na crise global dos opioides.