Crise dos Opioides: o que está acontecendo e como se proteger

Nos últimos anos, o assunto crise dos opioides tem aparecido em noticias, relatórios de saúde e até nas conversas do dia a dia. Mas afinal, o que isso significa? Em termos simples, fala‑se de um aumento muito grande no consumo de remédios à base de opioides – como morfina, oxicodona e fentanil – que acabam gerando dependência e mortes evitáveis.

Por que a crise começou?

O ponto de partida foi a divulgação de medicamentos poderosos para aliviar dores crônicas, principalmente nos Estados Unidos. Médicos começaram a receitar esses remédios de forma mais livre, acreditando que o benefício superava o risco. A indústria farmacêutica também promoveu esses produtos como seguros, o que acabou estimulando o uso indiscriminado.

Com o tempo, pacientes perceberam que a dose inicial não era suficiente e começaram a aumentar a quantidade, criando um ciclo de dependência. Quando a produção de opioides sintéticos ficou mais barata, o acesso aumentou ainda mais, inclusive no mercado negro.

Como afeta a população?

Os números são alarmantes: milhares de pessoas morrem por overdose de opioides a cada ano, e milhões sofrem de dependência. A crise não escolhe idade ou classe social; ela atinge quem tem dor crônica, mas também adolescentes que experimentam por curiosidade.

Além das consequências de saúde, a crise gera impactos econômicos. O custo para o sistema de saúde, perda de produtividade e o aumento da criminalidade ligada ao tráfico de drogas são apenas alguns exemplos.

Se você tem alguém próximo que usa opioides regularmente, fique atento a sinais como aumento da dose, busca constante por mais remédios, alterações de humor e problemas de sono. Esses indícios podem sinalizar que a pessoa está entrando em dependência.

Dicas práticas para evitar o problema

1. Converse com o médico: se precisar de analgésicos, peça alternativas não opioides primeiro. Muitas vezes, anti‑inflamatórios ou fisioterapia são suficientes.

2. Use só o que foi prescrito: não compartilhe remédios, nem aumente a dose sem orientação.

3. Conheça os riscos: informe-se sobre efeitos colaterais, como sonolência, constipação e risco de dependência.

4. Fique de olho no seu corpo: se perceber que a dor melhora, mas a vontade de tomar o remédio continua, procure ajuda.

5. Procure apoio: caso já esteja usando opioides há muito tempo, centros de tratamento e grupos de apoio podem oferecer terapia, medicação de substituição e acompanhamento psicológico.

É importante lembrar que pedir ajuda não é sinal de fraqueza. Muitas pessoas superam a dependência e voltam a ter uma vida normal.

O que está sendo feito?

Governos e organizações de saúde têm lançado campanhas de conscientização, regulado a prescrição de opioides e investido em programas de tratamento. No Brasil, o Ministério da Saúde está monitorando o uso de fentanil e ampliando o acesso a tratamentos de substituição.

Entretanto, a mudança depende também da atitude de cada um. Informar-se, conversar abertamente e apoiar quem precisa são passos simples que ajudam a conter a crise.

Se você sente que está perdendo o controle ou conhece alguém nessa situação, procure um profissional de saúde. Não deixe a situação piorar; a solução está ao seu alcance.

A substância nitazeno, um opioide sintético extremamente potente, começou a circular em São Paulo, gerando preocupação entre as autoridades de saúde. Este opioide, que é 500 vezes mais forte que a heroína, nunca foi aprovado para uso médico. O aumento de seu consumo ilícito representa um novo desafio na crise global dos opioides.