Renato Paiva elimina Patrick de Paula do camisa 10 e põe pressão ao Glorioso

Quando Renato Paiva, treinador‑chefe do Botafogo de Futebol e Regatas declarou na coletiva pós‑jogo no Estádio Nilton Santos que o volante Patrick de Paula Silva "não consegue jogar de costas para o jogo", rapidamente se transformou no assunto do futebol carioca. O técnico português, em sua primeira temporada à frente do Glorioso, afirmou ainda que o futuro do jogador depende da própria aceitação: "Se aceita ou não, problema é dele!". A frase, que a ESPN Brasil classificou como “sincerona”, gerou debate sobre a utilidade do camisa 10 em equipes que vivem uma maratona de jogos.

Contexto da temporada 2025

Desde que chegou ao Botafogo em 1º de janeiro, Renato Paiva tem lidado com um calendário apertado. O time disputa simultaneamente o Campeonato Brasileiro Série A (3ª colocação com 15 pontos após oito rodadas), a Copa Libertadores (quartas‑de‑final, após vitória por 2‑0 contra o Carabobo) e a recém‑formada FIFA Club World Cup (ganhou do Paris Saint‑Germain por 2‑1 em Lusail, Qatar, em 21 de junho). Essa sobrecarga deixa pouco espaço para treinamentos táticos detalhados, forçando Paiva a improvisar durante as partidas.

A decisão tática contra o Internacional

Na rodada‑oito, contra o Sport Club Internacional, o Botafogo venceu por 4‑1 no Nilton Santos. Com a lesão muscular de José Andrés Savarino, diagnosticada em 8 de maio no Centro de Treinamento do Botafogo em Vargem Grande, Paiva optou por colocar Artur Antunes Ribeiro, de 25 anos, como segundo atacante. "Ele chega mais próximo da área, tem verticalidade e finalização. Não tem o último passe do Savarino, mas compensa em outros atributos", explicou o técnico.

O papel de Patrick de Paula e o plano de Paiva

Até então, Patrick de Paula havia sido testado no avançado durante a fase inicial da gestão de Paiva. O ponto alto chegou na partida de ida das oitavas da Libertadores, em 17 de abril, contra o Carabobo FC. Substituindo o atacante Gregor di Marco Lermen, o volante marcou em dez minutos, ajudando o Botafogo a virar 2‑0. "Foi um couro a chamar‑me burro, mas deu certo", recordou Paiva.

Entretanto, nos jogos do Brasileirão, o técnico percebeu que o estilo "estático" de Patrick nas circunstâncias de presa‑bola atrapalhava a construção ofensiva. "Ele não dá o passe de criação que eu preciso quando está de costas para o jogo", disse Paiva. A resposta: um plano de recuperação focado em treinos de posicionamento e transição, ainda não detalhado ao público. O corpo técnico – assistentes Pedro Lopes e Filipe Coelho – tem trabalhado com o volante desde início de abril, tentando adaptá‑lo a um papel mais recuado, parecido com o de um volante‑organizador.

Repercussão entre especialistas e torcedores

O discurso direto de Paiva dividiu opinião. O comentarista Júlio César, da TV Gazeta, apontou que a exigência de um "camisa 10" completo pode ser excessiva em um calendário tão exigente. "Hoje, a maioria dos clubes de elite aceita versões híbridas, onde o meia recua para ajudar na marcação", argumentou.

Por outro lado, a torcida organizou o “#DeixaPatrickJogar” nas redes sociais, exigindo uma chance ao jogador. Muitos lembram o gol contra o Carabobo como prova de que ele tem capacidade de decidir partidas, mesmo que em funções diferentes.

Do lado da imprensa, o portal GloboEsporte destacou que a decisão de colocar Artur como segundo atacante foi "uma solução pragmática diante da ausência do Savarino", mas que o futuro de Patrick ainda depende da resposta do próprio atleta ao plano tático.

Próximos desafios para o Botafogo

Com a próxima partida marcada para 15 de maio contra o Clube Atlético Mineiro no Estádio Mineirão, o técnico tem duas opções: persistir com Patrick em um papel mais recuado ou mantê‑lo no banco enquanto testa outras combinações. A expectativa é que Savarino retorne por volta de 25 de maio, segundo relatório do médico Dr. Rodrigo Lasmar, o que poderia abrir espaço para reavaliar o meio‑campo.

Enquanto isso, o Botafogo segue firme na briga pelo título do Brasileirão e na busca de vaga nas semifinais da Libertadores. A “maratona” de 2025 tem forçado Paiva a agir rápido, e a frase "se aceita ou não, problema é dele" pode ser o ponto de partida para uma nova fase do time – ou o gatilho de mais turbulência dentro do vestiário.

FAQ

O que motivou Renato Paiva a mudar Patrick de Paula de posição?

Paiva percebeu que Patrick, apesar de ter bom toque, ficava "estático" quando precisava receber a bola de costas para o gol, dificultando a criação ofensiva que o Glorioso exigia no Campeonato Brasileiro.

Qual foi a reação da torcida ao comentário "Se aceita ou não, problema é dele"?

A torcida dividiu‑se: parte dos torcedores lançou a hashtag #DeixaPatrickJogar, pedindo mais oportunidades, enquanto outros entenderam a postura firme de Paiva como necessidade tática diante do calendário apertado.

Como a lesão de José Andrés Savarino afetou o esquema ofensivo do Botafogo?

Com Savarino fora, Paiva precisou de um substituto imediato. Ele decidiu colocar Artur Antunes Ribeiro como segundo atacante, aproveitando sua verticalidade e capacidade de finalização para compensar a falta do criador de jogadas venezuelano.

Qual é a posição provável de Patrick de Paula nas próximas partidas?

Até que o plano de recuperação seja testado em treinos, Paiva tende a usá‑lo em um papel mais recuado, quase como volante‑organizador, ao invés de camisa 10 avançado. A decisão final será tomada antes do duelo contra o Atlético Mineiro.

Quando o Botafogo pode contar novamente com Savarino?

O relatório médico indica retorno por volta de 25 de maio, o que pode abrir espaço para ajustes táticos e possivelmente devolver o volante‑criador ao time para a reta final do Brasileirão.

5 Comentários

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    Eduardo Mallmann

    outubro 24, 2025 AT 21:51

    Renato Paiva demonstrou, de forma inequívoca, que a gestão de um elenco sobrecarregado exige decisões rígidas e ao mesmo tempo inclusivas. Ao excluir Patrick de Paula do camisa 10, o técnico está priorizando a organização tática, mas também abre espaço para que o jogador reflita sobre sua própria evolução. É imprescindível que o clube ofereça suporte psicológico e técnico, pois a pressão do público carioca pode ser avassaladora. A postura de Paiva, ainda que direta, pode ser vista como um convite ao autoconhecimento do atleta. Assim, a comunidade alvinegra deve acolher o processo, mantendo o respeito mútuo entre treinador, jogador e torcedores.

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    Timothy Gill

    outubro 25, 2025 AT 03:24

    Na filosofia do futebol moderno a posição de camisa 10 é apenas uma construção metafórica que reflete a necessidade de fluxo constante nas linhas de passe a decisão de Paiva vem da ausência de métricas adequadas que validam a performance de um volante quando ele está de costas para o gol é um problema estrutural que não admite desculpas

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    David Costa

    outubro 25, 2025 AT 08:58

    O Botafogo, tradicional clube da Nação Alvinegra, atravessa um período de transição que traz à tona questões fundamentais sobre identidade e estratégia. Desde a chegada de Renato Paiva, a equipe tem acumulado resultados expressivos, mas também desafios conjunturais que testam a coerência do projeto. A decisão de retirar Patrick de Paula do papel clássico de camisa 10 não pode ser analisada de forma isolada; ela se insere num contexto de calendário apertado e múltiplas competições. O calendário de 2025 exige rotação constante e, por isso, o método de Paiva tem favorecido jogadores que atendem a demandas táticas específicas. A lesão de Savarino, por exemplo, forçou a inclusão de Artur Antunes Ribeiro, que trouxe verticalidade e dinamismo ao ataque. Essa mudança tática, embora bem-sucedida no jogo contra o Internacional, expôs fragilidades no esquema de construção ofensiva quando o meio‑campo carece de um criador de jogadas clássico. Patrick de Paula mostrou, no duelo contra o Carabobo, que possui capacidade de decisão, mas o seu estilo estático quando recebe a bola de costas impede a fluidez necessária ao Botafogo que pensa em posse curta e pressão alta. O treinador, portanto, optou por um plano de recuperação que enfatiza posicionamento, transição rápida e participação defensiva. A diretoria do clube, ciente da importância de um meio‑campo equilibrado, tem investido em sessões de análise de vídeo e treinamentos de situação de jogo para adaptar o volante a novas funções. Enquanto isso, a torcida se divide entre o movimento #DeixaPatrickJogar e os que defendem a autoridade de Paiva. Essa polarização reflete, por sua vez, a paixão que o futebol desperta na Rio de Janeiro, onde cada decisão tática vira debate de mesa. Os analistas esportivos apontam que o sucesso da equipe depende da capacidade de integrar jogadores versáteis sem perder identidade de jogo. A perspectiva de retorno de Savarino por volta de 25 de maio pode abrir espaço para uma nova configuração, mas o tempo é escasso. Em suma, a situação de Patrick de Paula ilustra a tensão entre tradição e inovação que permeia o presente do Botafogo. O futuro imediato exigirá, sem dúvida, uma resposta tática clara e, possivelmente, a paciência da torcida para observar os resultados do processo. Assim, o próximo confronto contra o Atlético Mineiro será um teste decisivo para validar a estratégia adotada pelo técnico português.

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    Willian de Andrade

    outubro 25, 2025 AT 14:31

    Mano, vi a entrevista do Paiva e parece que ele tá cansado de ouvir canto da galera. O Patrick tem potencial, mas quando ele recebe a bola de costas parece que o mundo pára. Eu acho que o treinador tá certo em cobrar, mas também tem que dar chance pro cara treinar. Bora esperar o próximo jogo e ver o que acontece.

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    Thiago Silva

    outubro 25, 2025 AT 20:04

    Concordo plenamente com o ponto levantado por Eduardo, a postura de Paiva pode ser vista como um chamado ao amadurecimento de Patrick. É crucial que o jogador sinta o apoio da torcida, pois a confiança se traduz em desempenho em campo. Além disso, o clima de camaradagem dentro do vestiário pode transformar uma decisão dura em um catalisador de evolução. Devemos lembrar que grandes jogadores já passaram por momentos de provação antes de brilhar. Portanto, vamos dar suporte ao processo e esperar que as coisas melhorem.

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