Investigação emperra após falha das caixas-pretas no desastre da Jeju Air
O acidente do voo 7C2216 da Jeju Air, ocorrido na noite de 29 de dezembro de 2024, transtornou a aviação sul-coreana e trouxe à tona um problema que muita gente nem imaginava: o perigo das caixas-pretas desatualizadas. O Boeing 737-800 caiu perto do Aeroporto Internacional de Muan, matando quase todos a bordo, e as respostas que vítimas e especialistas esperavam simplesmente sumiram junto com os minutos finais de gravação dos sistemas de registro.
Tanto o gravador de voz do cockpit (CVR) quanto o gravador de dados de voo (FDR) interromperam seu funcionamento quatro minutos antes do impacto. Investigadores sul-coreanos tentaram analisar as gravações, mas nada conseguiram. Restou enviar o CVR ao NTSB dos Estados Unidos, única chance de recuperar algum trecho. Já o FDR foi dado como perdido. Sem os registros mais cruciais do que se passou nos últimos instantes do voo, a reconstituição da tragédia virou um enorme quebra-cabeça.
Erro humano ou pane técnica? Falta de informação alimenta teoria e críticas
Até agora, a principal hipótese gira em torno de falha dupla nos motores, agravada por decisões equivocadas no painel. Segundo a investigação inicial, os dois motores podem ter parado após algo atingir o motor direito, como uma colisão com aves. Só que, ao invés de desligar o motor mais afetado, pilotos aparentemente cortaram o motor esquerdo, que tinha menos danos. Exames posteriores não encontraram defeitos evidentes nos motores, abrindo um debate quente sobre possíveis erros na cabine.
Só que, sem os minutos finais registrados pelas caixas-pretas, fica difícil saber o que motivou cada ação dos pilotos ou como exatamente os sistemas da aeronave responderam naquela sequência caótica. A pressão aumentou quando sindicatos de pilotos e familiares das vítimas começaram a cobrar transparência e acesso total aos registros de voo. O sentimento geral é de frustração e suspeita, alimentado pelo fato de parte essencial das evidências simplesmente não existir.
O caso revoltou quem acompanhou de perto o drama. O então ministro dos Transportes, Park Sang-woo, não resistiu à pressão e renunciou ao cargo, dizendo-se responsável pelo desastre. A situação jogou luz sobre uma brecha na legislação: aviões mais antigos, como o 737-800, não são obrigados a ter sistemas de energia reserva específicos para as caixas-pretas—detalhe que faz diferença justamente em momentos críticos.
A investigação segue sem prazo para acabar. Enquanto isso, estão em análise tanto o projeto das pistas do aeroporto quanto os protocolos de treinamento dos pilotos. Autoridades também enxergam a necessidade de mudar a regulamentação, exigindo equipamentos mais modernos até para aviões com mais tempo de uso. O acidente do voo da Jeju Air obriga toda a indústria a rever práticas e a enfrentar de vez o que parecia uma exceção: o silêncio fatal das caixas-pretas no momento mais determinante.
Clarissa Ramos
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